Material: Bitucas de cigarro sobre MDF; Descrição: Artista visual, fotógrafo e designer, Alexandre Orion iniciou-se na atividade artística em 1992, sob influência da cultura urbana e do graffiti. Seu trabalho, marcado pela constante pesquisa se destaca pela interação entre a arte e a cidade, cuja paisagem urbana "é carregada de significados", segundo Orion. Em "Vergonha na Cara", trabalho aqui exposto, foram reutilizados mais de 20 mil bitucas de cigarros para tratar da luta do artista contra a nicotina e fazer uma reflexão sobre o consumo, a compulsão e a autodestruição inerentes ao nosso modo de vida.
Materiais: canudinho, cola, luz led, dínamo e papelão; Descrição: O envolvimento de Banais com o graffiti começou em 1997, quando tinha 14 anos. Seu trabalho nas ruas ganhou projeção e o levou a atuar em projetos sociais como "Pimp My Carroça", "Ecotoy Art" e "Reciclar é Preciso". Na obra que apresenta aqui, "Sugamos tudo! & Consequências", sua opção de material foi pelo canudo de plástico. "O canudinho, embora reciclável, é pouco visto para tais fins, pois as pessoas o enfiam para dentro da caixinha ou latinha de suas bebidas e assim eles somem do caminho da reciclagem. Por outro lado, é muito encontrado nas areias de praias e junto aos lixos dos oceanos", explica.
Materiais: resíduos de aparelhos elétricos e eletrônicos; Descrição: Ilustrador, grafiteiro, artista gráfico e plástico, Fabio Biofa alia em sua obra as técnicas digitais e a street art. Não esconde a sua predileção pela rua, onde recolhe os rejeitas da sociedade e transforma em suporte para o seu trabalho. Em "Catador" ele utiliza que antes era lixo eletrônico e presta homenagem à figura do coletor de materiais reciclados. "É um personagem de extrema importância nas grandes cidades, que contribui de forma admirável na coleta seletiva e ajuda a conter a geração exacerbada de lixo e a desenfreada demanda por matérias-primas."
Materiais: dobradura de alumínio, perfis, latas de aerossol de alumínio, cola de silicone e fita dupla face; Descrição: Nascido em Salvador, Bahia, Bispo migrou para São Paulo em 1989. Aqui tornou-se catador, líder de cooperativa e palestrante. Autodidata e atuante no debate político da categoria marca presença em seminários, documentários e palestras, ampliando relacionamentos e visibilidade. Parte de sua vivência está na obra "Reciclar é Arte", na qual utiliza materiais coletados em condomínios, bares e eventos. "Nós, catadores e catadoras, somos os protagonistas da coleta seletiva; cuidamos do meio-ambiente e muitas vezes somos invisíveis para a sociedade", afirma.
Materiais: sucata de automóvel, tinta automotiva e solda elétrica; Descrição: Casulo é multiprofissional do ramo automotivo, poeta e autodidata em artes plásticas. É autor de "Metal-Morfose", exposição itinerante atualmente formada por 55 peças feitas a partir de sucatas de automóveis e expostas em centros culturais, saraus e mostras da periferia de São Paulo. "Jacaré Fóssil" é o título da obra que apresenta em #RECICLOS. "Um diferencial da minha arte é procurar semelhança de animais em sucatas de maquinas no intuito de refletir sobre o descaso que a mãe natureza vem sofrendo com a expansão desenfreada do dito progresso. "
Materiais: óleo de cozinha usado, soda, água fervente; Descrição: Dona Raimunda, 78 anos, nasceu em ltamarandiba, cidade do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Aprendeu a manusear o barro com a mãe paneleira e passou a se dedicar à escultura já na maturidade. Seu trabalho é marcado pela expressividade, com cores fortes, a constante presença de flores e o flerte com o religioso e o fantástico. A obra "Sabãoelo da Fritura para Espuma", elaborada a partir de sabão caseiro feito com óleo de fritura usado, é uma reflexão sobre a forma que poluímos nossas águas com esse tipo de resíduo e as múltiplas possibilidades de reúso.
Materiais: papel jornal, cola vegetal, base em madeira e verniz - técnica cartapedra; Descrição: Nascido em Guarulhos, São Paulo, Everaldo Costa, ou Ever, trabalha desde 1999 com intervenções urbanas que utilizam a escultura e a pintura como linguagens. Para a obra apresentada na exposição, intitulada "O Golpe na Mão Esquerda", optou pelo papel como material - mais especificamente o jornal. "Além de possuir ótima plasticidade, o jornal ainda fornece um outro tipo de matéria-prima, que são as notícias com textos e imagens - elementos que permitem que a obra se relacione e interaja de maneira direta com quem a observa", explica.
Materiais: restos de construção, tijolos, concreto e arames; Descrição: Seu primeiro contato com as artes plásticas aconteceu por causa do pai, que enchia a casa com as telas que pintava. Aos 22 anos partiu para as ruas, onde muros e paredes se transformaram em suporte para os seus desenhos. Hoje, seus trabalhos podem ser encontrados em cidade como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Lisboa, Londres e Nova York. Além do graffiti, Mag também expressa a sua arte em telas, esculturas, bordados e azulejos. Aqui ela apresenta "Concreto Armado", esculturas de armas de fogo feitas de estrutura de arame e tijolos de concreto encontrados na rua e caçambas.
Materiais: PET, plástico, tetra pak, metal, componentes eletrônicos, papelão, jornal, cola, parafusos e grampos; Descrição: O trabalho de Rodrigo Machado está visceralmente ligado à questão ambiental - pesquisando a reutilização de materiais, Machado tem procurado levantar a questão do desperdício de nossa sociedade. Por se tratar de uma peça que de certa forma representa um pouco de cada artista da exposição, em "Reciclas" ele tentou utilizar a maior quantidade de materiais possíveis. "A composição caótica em torno do logo representa a situação precária em que nos encontramos no quesito reciclagem/reaproveitamento, pois até hoje não temos uma coleta a altura da qual precisaríamos."
Materiais: garrafas de vidro, tecido, porcelana fria e tinta acrílica; Descrição: Foi no Japão que a paulistana Suzue desenvolveu seus primeiros traços e pinceladas sob orientação de mestres locais. Ao retornar para o Brasil, passou a frequentar os circuitos de Street Art e mesclou os métodos e conceitos orientais com as técnicas apreendidas nas ruas. A escolha do material para o trabalho "Deusas" vem da aproximação das formas da garrafa com as personagens que cria. "Sempre que compro alguma bebida que vem em garrafas penso que o vidro e sua fundição são mais caras que o próprio líquido, e assim guardo as garrafas e as reuso sempre que posso", diz.
Materiais: embalagens plásticas PEAD, nylon, resíduos lenhosos(tipuana e galho de ipê) tratados com asfalto líquido; Descrição: Thiago de Sampaio Bender, paulistano, 38 anos, é profissional das artes há 1 O anos, criando e expondo na rua, em parques, praças, equipamentos públicos, em exposições e museus. De viés sustentável, seu trabalho tem como objetivo a mudança do olhar sobre o entorno. "Revoada", a obra apresentada na exposição, é a instalação móbile de uma árvore com pássaros concebida com embalagens plásticas presentes na indústria da limpeza. "Os dois elementos juntos - pássaros de plástico e árvore de petróleo - criam o antagonismo intrínseco presente na contemporaneidade", avalia.
Materiais: garrafas PET e embalagens domésticas; Descrição: Escritor e artista plástico, Tubarão dulixo já desenvolveu oficinas com comunidades tradicionais do Pará, Tocantins e Bahia. Também ministrou oficinas com jovens da Fundação Casa, além de produzir, articular, apresentar e participar de eventos pelas periferias de São Paulo e todo Brasil. No ano passado lançou seu livro de poemas, "Viver entre os Porcos sem Comer da Lavagem". Na obra sem nome que apresenta na exposição sua opção foi pelo plástico: "é um material encontrado em abundância devido ao seu uso, de várias formas, na maioria dos produtos que consumimos".
Materiais: papelão, tinta, resina e massinha; Descrição: Há duas décadas Vermelho tem criado um universo próprio, com referências que passam pelo teatro de bonecos do Leste Europeu do século XIX, o surrealismo alemão e o cinema. Suas obras são marcadas pelas cores, sempre com um toque de vermelho, traços de fuligem e o uso de objetos antigos em sua composição. Em "Favela Vitoriana" ele lança mão do papelão como material de trabalho. "Tive de interagir com o comércio local para conseguir o papelão. Acho que faz parte essa conversa com as pessoas para que entendam como pode ser nobre um material que nem valorizam".